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Mapa do Emprego Paulista

Apresentação...


Ao longo dos últimos anos vem ocorrendo dois processos de desconcentração da economia paulista que, em 2018, correspondia a, aproximadamente, um terço da nacional. O primeiro corresponde à ampliação de atividades econômicas e instalação de novas plantas produtivas em outras unidades da federação; o outro, igualmente importante, ocorre internamente ao Estado de São Paulo, com perda de participação da Região Metropolitana de São Paulo na geração de riqueza, em particular no município de São Paulo e na região do ABC, e ampliação da parcela gerada em outras regiões, notadamente das Regiões Administrativas de Campinas e Sorocaba.

As alterações na estrutura produtiva da economia paulista também têm sido acompanhadas de forte redução da participação da indústria de transformação.

Um terceiro aspecto relevante é que, após anos de crescimento continuado, a economia brasileira enfrentou uma crise econômica a partir de 2014 que, apenas recentemente, tem mostrado sinais de arrefecimento. Esta crise, que levou a intensa redução das atividades produtivas associada a mudanças mais estruturais relacionadas à desconcentração territorial e mudanças de localização de diversas atividades econômicas setoriais, resultou em importantes alterações nos volumes de ocupação gerados no estado e nas características dos vínculos dos empregados.

O objeto dessa publicação é mostrar as alterações no emprego formal gerado no território paulista, comparando sua evolução entre 2007 e 2017. Em ambos os anos o emprego formal representava cerca de 60% das ocupações existentes no Estado de São Paulo, segundo o IBGE.1

Utilizou-se para essa análise os dados de 31 de dezembro da Relação Anual de Informações Sociais –Rais para aqueles dois anos, considerando as informações para os 645 municípios e para 62 divisões de atividade, tal como definidas pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas, versão 2.0 (CNAE 2.0).

Para cada atividade econômica foram preparados dois mapas. O primeiro mostra a distribuição dos empregos em cada atividade, em todos os municípios, considerando faixas das proporções do emprego em relação ao total do estado. Por um lado, há atividades que permanecem concentradas no município de São Paulo de forma considerável e, por isso mesmo, o emprego é proporcionalmente mais importante neste município.Por outro lado há localidades em que estas atividades não existem ou não geram nenhum emprego formal.

Dada a importância do município de São Paulo para parte significativa das atividades, foi elaborado um destaque que apresenta os dados por subprefeituras,2 informando como é a localização dos empregos por atividade no município.

O segundo mapa mostra a evolução entre 2007 e 2017, por meio da taxa geométrica de crescimento do emprego, igualmente apresentada em faixas de variação, que permite visualizar as áreas de ampliação e de decréscimo das atividades em todo o estado.

Como se trata de empregos, além da variação do número de vínculos, importa mostrar algumas características individuais e das empresas geradores desses vínculos. Apresenta-se assim, por atividade, uma tabela com os 25 municípios com maior participação na ocupação em 2017 e o ranking desses mesmos municípios em 2007. Essa informação visa mostrar quais os municípios que ampliaram, mantiveram ou decresceram sua participação no período em análise. Vale ressaltar que, de modo geral, os 25 municípios com maior número de empregos formais correspondem a cerca de 70% do emprego gerado.

Além do número de vínculos em cada ano, mostra-se a parcela de homens e de mulheres (segundo sexo preponderante na atividade) e a parcela dos empregados com, pelo menos, o ensino médio completo, buscando assim descrever o perfil dos empregados em cada município e atividade. São apresentados ainda os salários médios dos empregados a preços de 2017,3 de modo a que seja avaliado se os empregos nas diferentes localidades apresentam valores similares e sua evolução no período analisado, como uma indicação de que maneira a soma desse processo de desconcentração e crise afetaram o rendimento dos empregados.

Como as novas plantas tendem a ser menores e a demandar um volume menor de trabalhadores, foi incluído o número médio de empregados dos estabelecimentos,4 como proxi do tamanho das empresas e da capacidade de negociação desses empregados. Como a reforma trabalhista entrou em vigor em novembro de 2017, pode-se considerar esses dados a linha de base sobre a qual novas negociações podem eventualmente ocorrer.


  1. Para os dados de 2007, foi considerada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e, para 2017, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua. Foi considerado como emprego formal a parcela de empregados com carteira assinada no setor privado, militares e empregados do setor público, segmento que é similar aos dados declarados na Relação Anual de Informações Sociais – Rais.
  2. As 32 subprefeituras do município de São Paulo foram definidas pela Lei 13.399 de 2002.
  3. Corrigidos os valores de 2007 pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor para São Paulo.
  4. Esse indicador compara 2008 a 2017, uma vez que a informação não está disponível para 2007, na Rais.